sábado, 11 de agosto de 2012

[Opinião] "Senhores da Noite", de Carla Ribeiro


Autora: Carla Ribeiro
Título: Senhores da Noite
Editora: Fronteira do Caos

 
Sinopse:

Possuem o dom da imortalidade. Controlam as forças da magia com o poder da sua vontade e, com base na imunidade à morte, subjugaram a humanidade. Têm, contudo, uma fraqueza: vivem em guerra constante.
Moranius Sinister é o mais antigo dos imortais, único sobrevivente de um tempo em que a sua raça vivia sob as leis de um império. No presente, contudo, são já escassos os imortais e todos eles desejam o poder dos seus semelhantes. Para conquistar as suas ambições, Moranius vê-se obrigado a, juntamente com a sua amante, Deletress Aventra, conceber um plano que lhe permita eliminar do seu caminho os restantes imortais, apesar de todas as revelações ainda ocultas no tempo.
Nenhum trilho ficará por percorrer. Nenhum segredo será deixado por revelar. Nenhum ser vivo ficará seguro. Num mundo governado pela lenda do Senhor da Noite, a supremacia não admite um plural.

Opinião:

Acabei, há uma hora, de ler o livro Senhores da Noite de Carla Ribeiro, da parceira editorial Fronteira do Caos. E gostei. Confesso que não morro de amores por vampiros, mas mesmo assim, gostei!!

A capa, certamente, conquista o lugar das que mais jus faz ao conteúdo. Através dela consegue-se captar completamente a essência da história criada pela autora.

A juntar a autores como Fábio Ventura, Sandra Carvalho e Andreia Ferreira (estes já foram lidos por mim, pelo menos), Carla Ribeiro veio, assim, acentuar ainda mais a minha opinião sobre o meu género predilecto – Fantástico. Fiquei ainda mais convicta de que se escreve bem em Portugal e num género que apenas é apreciado por alguns.

É uma história de vampiros, mas não se assemelha em nada com as que conhecemos. São denominados de Imortais e nenhum deles está em absoluta paz, com a ameaça iminente de que o seu poder possa ser usurpado através da morte pelas mãos de um igual. Esta ameaça advém da Lenda do Senhor da Noite, que conseguiu esse estatuto exactamente através da usurpação do poder de muitos outros Imortais.

As personagens principais são Moranius, o mais antigo dos Imortais e Deletress, uma das mais poderosas da mesma espécie. De início, a união entre os dois era improvável, mas Carla brilha pela originalidade e reviravoltas constantes e, depressa o ódio se transformou em atracção. Contudo, será essa atracção suficiente para amolecer os “Senhores da Noite”, vis e impiedosos?

As personagens, no geral, são cruas, vis e egoístas. Não há palavras para descrever o quão maldosas são. Todavia, os seus actos são, até certo ponto, compreensíveis. Pode parecer estranho estar a dizer isto, mas passo a explicar. Apesar de toda a crueldade que os caracteriza, a autora optou por usar uma estratégia brilhante que se fosse utilizada noutra história poderia correr mal – flashbacks, durante os quais, o leitor fica a conhecer certos acontecimentos que ditaram o percurso das personagens até ao momento (por exemplo, a união improvável entre Moranius e Deletress; a guerra entre ela e a irmã, Arcania) e acaba mesmo por levar o leitor a simpatizar com elas.

O final foi surpreendente e as últimas palavras, enigmáticas. A autora primou pela imprevisibilidade e originalidade, o que foi uma agradável surpresa. Não estou, de modo algum, a inferiorizar as histórias que nos possam parecer mais previsíveis (pois também é bom saber que conseguimos acompanhar a história), mas foi inesperado e agradou-me enquanto leitora.

Tenho apenas a apontar uma crítica menos boa. Não pretendo tecer críticas destrutivas, até porque não sou formada para tal. Leio os livros e opino sobre eles. Tento ser o mais sincera possível, refiro aquilo que gostei e o que gostei menos, sempre com vista a ajudar, nunca a destruir. Este é o primeiro livro que li da autora e, certamente, a sua escrita já amadureceu, visto que o livro foi editado em 2010, mas viu-se neste algumas repetições que não me passaram despercebidas. De igual forma, notei algumas frases um pouco grandes, acompanhadas com algumas vírgulas, mas confesso que, nesse aspecto, sou suspeita. Gosto de frases médias, nem muito grandes, nem muito curtas. Porquê? Eu sou muito lenta a ler e esse aspecto ajuda-me a uma leitura rápida, que me leva incansavelmente às próximas frases e ajuda a chegar ao fim do livro quase sem dar por isso. Contudo, ressalvo, que se trata de estilo pessoal e que este difere de escritor para escritor e também depende do gosto do leitor. Estes dois aspectos dificultaram-me um pouco a concentração, ao início, mas com o desenrolar da história, foi-se notando cada vez menos e ficou muito mais empolgante. Apesar dos dois aspectos, o tamanho do livro (160 páginas) permitiu uma leitura rápida.

Uma excelente aposta da Fronteira do Caos e... de uma portuguesa! 
Parabéns, Carla Ribeiro e, obrigada pela história!

Ivonne

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