terça-feira, 11 de setembro de 2012

[Gostámos] "Alma Rebelde", de Carla M. Soares


Sinopse

No calor das febres que incendeiam a Lisboa do século XIX, Joana, uma burguesa jovem e demasiado inteligente para o seu próprio bem, vê o destino traçado num trato comercial entre o pai e o patriarca de uma família nobre e sem meios.
Contrariada, Joana percorre os quilómetros até à nova casa, preparando-se para um futuro de obediências e nenhuma esperança.
Mas Santiago, o noivo, é em tudo diferente do que esperava. Pouco convencional, vivido e, acima de tudo, livre, depressa desarma Joana, com promessas de igualdade, respeito e até amor.
Numa atmosfera de sedução incontida e de aventuras desenham-se os alicerces de um amor imprevisto... Mas será Joana capaz de confiar neste companheiro inesperado e entregar-se à liberdade com que sempre sonhou? Ou esconderá o encanto de Santiago um perigo ainda maior?

Opinião

A capa e o título atrairam-me imediatamente, o mesmo já não posso dizer sobre a sinopse e o género. Sendo um romance de época e o primeiro do género que leio, duvidei se ia gostar. Pelas opiniões que li, e como gosto de dar oportunidade aos livros sobre os quais tenho dúvidas, comprei-o. E, no início do livro, perguntei-me logo porque tinha demorado tanto tempo para o ler.

A sinopse já diz muito, por isso vou tentar não me perder a referir pormenores sobre a história em si. Posso dizer que a escrita de Carla M. Soares é muito descontraída e fluída, com um léxico rico e variado, e não é necessário irmos ao dicionário para percebermos algumas palavras que aparecem, percebem-se pelo contexto. Adorei as frases e os capítulos pequenos. Isso, sem dúvida, ajudou-me a concentrar, principalmente, numa altura em que andava pouco virada para leituras.

Adorei as personagens, tanto principais como secundárias. É claro que foi dada mais enfase às personagens principais, Joana e Santiago, mas gostei do desenvolvimento das restantes. Se já leram opiniões sobre o livro, é tudo verdade, senão aqui fica: Joana é inocente, com uma personalidade (e boca, devo dizer!) muito rebelde, que se vê presa a um casamento e a um noivo que não conhece, cuja personalidade teme acima de tudo; Santiago é deveras um jovem apaixonante, com muita experiência de vida e muito viajado, gosta da sua liberdade, mostra relutância em aceitar o casamento combinado e um temperamento ora tempestuoso, ora delicado; D. Miguel, pai de Santiago, é um homem sem escrúpulos e interesseiro e apeteceu-me mesmo bater-lhe! Pessoalmente, só esperava um maior desenvolvimento sobre as atitudes e comportamentos de D. Miguel, mas a autora não o fez. Talvez, porque não era esse o objectivo. Quando digo isto, deve ser a futura psicóloga que existe dentro de mim a falar.

Os pormenores incluídos em toda a narrativa foram… deliciosos. Nesta obra, vemos pormenores como as cartas profundas que transmitiam as preocupações da época, a linguagem própria patente nas mesmas, os receios do casamento combinado, os detalhes históricos (ex.: casamento de D. Pedro com D. Estefânia, as febres que atormentavam Lisboa), a forma como o próprio romance entre os noivos se foi desenvolvendo, entre avanços e recuos apaixonantes...

Acho que estive à espera de Alma Rebelde para dar cotação 5* no GR! Desde que comecei a ler, em finais de Abril deste ano, já li alguns livros muito bons, mas este (e de um género que até a mim me surpreendeu) merece, sem dúvida, as CINCO ESTRELINHAS bem grandes!!

Adorei, fiquei rendida ao género, mal posso esperar para poder ler o “novo” livro da autora, A Grande Mão, que apesar de ser o mais recente divulgado, é anterior a Alma Rebelde.

Ivonne

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