quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

[Opinião] " O Sorriso das Mulheres", de Nicolas Barreau [Quinta Essência]


Autor: Nicolas Barreau
Título: " O Sorriso das Mulheres"
Editora: Quinta Essência
Edição: 2012

Sinopse:

   Para Aurélie Bredin, as coincidências não existem. Jovem, sensível e atraente, é a proprietária de um pequeno e romântico restaurante, Le Temps des Cerises, situado no coração de Paris, a dois passos do Boulevard Saint-Germain.
Naquele pequeno restaurante forrado a madeira, com toalhas aos quadradinhos vermelhos e brancos, o seu pai conquistou o coração da sua mãe graças ao menu d’amour. E foi ali, rodeada pelo aroma do chocolate e da canela, que Aurélie cresceu e onde encontra consolo nos momentos difíceis da sua vida.
   Mas agora, magoada pelo abandono de Claude, nem sequer a calidez acolhedora da cozinha é capaz de consolá-la.
   Uma tarde, mais triste que nunca, Aurélie refugia-se numa livraria. Um romance, O Sorriso das Mulheres, chama a sua atenção. Quando o folheia, descobre que a protagonista é inspirada nela e que Le Temps des Cerises é um dos cenários principais.
   Graças a esta prenda inesperada, volta a sentir-se animada. Decide entrar em contacto com o autor, Robert Miller, para lhe agradecer. Mas isso não é fácil. Qualquer tentativa de conhecer o escritor – um misterioso e esquivo inglês – morre na secretária de André Chabanais, o editor que publicou o romance.
   Porém, Aurélie não desiste e quando um dia surge efectivamente uma carta do autor na sua caixa de correio, acaba por daí resultar um encontro bem diferente daquele que tinha imaginado…

Crítica  por Ana Ferreira - Blog Illusionary Pleasure :




    Na capa do livro tem um selo a dizer “Este livro vai deixá-lo feliz”. Eu acho que a editora podia fazer melhor. “Este livro vai deixá-lo feliz, se não o deixar devolvemos o seu dinheiro.” Mas não se preocupem, a mim deixou-me certamente com um sorriso, ainda que as primeiras páginas sejam uma dor de cabeça. Tudo porque Aurélie é uma personagem muito pouco feminina e chata. É enganada pelo namorado, chora baba e ranho, depois deixa-se enganar e mesmo assim só sabe chorar. Estas atitudes levam a que o leitor não entenda muito bem se Aurélie é infeliz por ser ingénua e se deixar enganar, ou se os constantes enganos a levaram a este tipo de personalidade apagada. Nas primeiras páginas a acção acontece de forma lenta, levando a que o leitor se sinta sugado para a conclusão de uma relação que estava desde o início destinada a terminar. Barreau sabe bem que depois de vermos uma heroína a ser traída e abandonada terá toda a simpatia das leitoras que a querem ver feliz com o amor da sua vida. Nisso Barreau não desilude.

   A figura de André Charabais é o que irá fazer as leitoras sorrir. Desastrado, mete-se em várias embrulhadas, é um editor bastante humano que comete bastantes erros. Ao contrário de Aurélie, os erros de André são provocados por ele (ao passo que os da Aurélie parecem ser sempre outra pessoa) e a sua pseudo-bipolaridade dá um charme à personagem, que é credível.

   Ainda que a história se repita um pouco no início, a meio entramos a todo o gás nela e julgo que o selo aponta mais para o fim. Não sei se este livro fará todas as mulheres felizes (duvido que os homens peguem no livro, devido ao título e ao deixá-la e não deixá-lo), mesmo assim é um livro light que dá para ler tanto numa noite de Inverno junto à lareira ou no Verão na praia.

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