domingo, 6 de janeiro de 2013

[Renda & Saltos Altos] "Escravos da Paixão", Kate Pearce [Quinta Essência]

 
Título: "Escravos da Paixão"
 
Autora: Kate Pearce
 
Editora: Quinta Essência [Grupo Leya]
 
1ª  Edição: Setembro de 2012
 
Páginas: 348
 
 
Sinopse:
 
 
Uma proposta ousada... Forçada a casar muito nova, Abigail Beecham está farta do seu casamento sem sexo.
 
Anseia por sucumbir aos prazeres deliciosos do puro desejo carnal sobre o qual apenas leu. Se o marido não é capaz de satisfazer as suas carências, ela está disposta a encontrar um homem que o seja... Um passado diferente... Peter Howard está habituado a pedidos sexuais fora do comum. Os seus dez anos como escravo num bordel turco tornaram-no um especialista nas delícias sensuais. Mas há pouco que realmente o excite... até conhecer Abigail. Agora vive para a provocar e atormentar até ela gritar de prazer. Talvez quando sentir finalmente aquela deliciosa sensação de felicidade por que tanto anseia...
 
 
Crítica por Isabel Alexandra Almeida /Blog Os Livros Nossos:
 
“Escravos da Paixão” é o segundo romance da série [Casa do Prazer], da autora Britânica Kate Pearce, editada em Portugal sob a chancela de qualidade da Quinta Essência.
  Com formação superior em História, Kate Pearce, actualmente  a residir nos Estados Unidos, traz-nos romances que revelam um estilo bem demarcado e reconhecido pelos  seus leitores habituais.
  Personagens envolventes, carismáticas, sem tabus, são verdadeiros anti-heróis que, irónica e paradoxalmente, acabam por conquistar a empatia do leitor.
   Nesta narrativa, assumem o papel de personagens centrais, que virão a dar forma a um atrevido e inusitado triângulo amoroso: Peter Howard (comerciante bem instalado e relacionado socialmente, com um passado obscuro, marcado pelo abandono familiar e pela escravidão sexual forçada num Bordel Turco, na sequência de rapto); Lorde James Beecham e a jovem esposa Lady Abigail Beecham.
   Intercalada com a acção principal, que narra a proposta de Lorde Beecham a Peter, no sentido de que este sirva de Mestre nas artes da Alcova, a James e à sua esposa Abigail (que anseia por dar um herdeiro ao marido), já que o nobre casal não revela qualquer tipo de sintonia entre lençóis; surge a narrativa do desentendimento entre Peter e o seu anterior melhor amigo (e amante) Valentin Sokorvsky, e a sua esposa Sara.
   Peter irá aceder ao pedido de Lorde Beecham, e encontrará no casal uns muito aplicados aprendizes das artes do sexo, nascendo entre as três personagens fortes laços de intimidade, confiança, e até mesmo amor, num ousadíssimo, nada convencional e verdadeiramente escaldante triângulo amoroso, que despertará Lady Abigail para os prazeres da carne, os quais, até aí, lhe eram desconhecidos.
   Este livro contém descrições explícitas e detalhadas de cariz sexual, assume-se como um romance para adultos.
   Contudo, a linguagem cuidada de Kate Pearce, está imbuída de uma natural elegância torna possível ao leitor atenuar o choque inicial que possa ser causado pelo teor da narração, e pela crueza das descrições sexuais.
   Além de uma escrita elaborada, mas acessível, desprovida de quaisquer pudores ou tabus, Kate Pearce tempera a sua narrativa com os maneirismos sociais da Sociedade Britânica do Século XIX, dando a conhecer aos leitores mais uma parcela das vivências daquele período histórico onde se denotam vícios privados escondidos sob a capa de apregoadas públicas virtudes.
   Também o mistério surge no romance, crescendo no leitor a curiosidade em descobrir as origens familiares de Peter, bem como os detalhes que rodearam a sua infância tão cruelmente marcada pelo destino.
   Peter é, a meu ver, a personagem mais marcante e profunda da obra, sendo paradoxalmente um “animal Social” mas também “sexual”, mas que vive momentos de angústia e hesitação ao sentir-se sem raízes, sem família e numa incessante busca pelos afectos que nunca teve a oportunidade de encontrar na altura certa do seu percurso de vida.
   Quanto aos cenários, estes são também variados, vão desde as propriedades campestres da Nobreza, passando para as mansões citadinas, as docas de Londres ou o Luxuoso Bordel de Madame Helene.
    A quem ainda não esteja familiarizado com a escrita da autora, ou eventualmente com a recente tendência do romance sensual de época, não posso deixar de alertar para o facto de este livro ter uma linguagem bastante crua, ao nível sexual, e descrições que podem facilmente chocar os leitores menos preparados para tal circunstância.
   Não é, de todo, uma obra que recomende a quem queira estrear-se neste tipo de leitura, e que não esteja bem certo de que o estilo seja do seu agrado.
 
   Pessoalmente, gostei bastante da escrita da autora e da ousadia do estilo, que considerei verdadeiramente corajoso, coragem e ousadia estas que pude comprovar quando no ano passado entrevistei Kate Pearce aqui para o blog. [Vale a pena ler ou reler a entrevista de Kate Pearce].
   Esta série de Kate Pearce suscita opiniões opostas, de oito ou oitenta, há quem adore e quem abomine, portanto  o lema é “love it, or leave it!” J
   Sensualidade ao rubro, luxúria, intriga, mistério, detalhes históricos e sociais bastante ricos, constituem razões bastantes para que nos atrevamos a conhecer o universo ousado de Kate Pearce.
 
   Um livro a ler despidos...de preconceitos ! :P
 
  
 


Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pela sua opinião. Os comentários serão previamente sujeitos à moderação da administração da página e dos autores do artigo a que digam respeito, antes de publicação.